segunda-feira, março 06, 2017

Playing Experience - Vasthara Alyae

Art by len-yan

Esse jogo começou com três jogadores. Aconteceu que um personagem morreu no terceiro ou quarto jogo, o respectivo player acabou saindo da mesa. 
Nesse evento eu me vi em uma mesa que tinha apenas duas jogadoras e cheguei a conclusão que era o momento de chamar outra jogadora.
O resto da campanha foi só com o narrador e jogadoras, mesmo quando tivemos participações especiais, sempre jogadoras.

Interessante porque eu sempre quis jogar um jogo só com garotas. Desejo atendido, eu também conheci o lado ruim dessa segregação.

Vamos falar da Vasthara. 

Vasthara é uma Wizard/Incantatrix. O jogo começou no nível 7 (quando os drow fazem seu ordálio e viram adultos) e minha personagem terminou no nível 13. Muito longe do que eu pretendia mas... faz parte. Pelo lado bom, essa campanha teve começo, meio e fim. A história ficou bem fechada e muito interessante.

Vasthara é a afilhada mais velha de Imrae Alyae. Sua mãe Miz'rey Alyae desapareceu em uma missão quando as filhas eram crianças. 
Junto com as irmãs, Maya e Ilyra, e as primas Anastrianna e Simikei (filhas da Khaless Alyae), Vasthara é mandada para as fronteiras de UndrekThoz, onde a pequena família Alyae pretende estabelecer sua primeira cidade
Parte do jogo é sobre as relações com as outras famílias da região e a complexidade politica de se estabelecer uma casa na sociedade drow.
Elkira, Belgos e Dan Alyae em edição especial de natal que foi
presente para o grupo. Arte da Sandra Messias.

Cada uma dessas personagens vai para a nova cidade com um guarda costas (e potencial "mate" já que é meio esperado que tenham filhos, ou não. O jogo teve várias conversas interessantes a respeito do matriarcado). Esses NPCs eram controlados pelas jogadoras durante o combate mas o narrador que os controlava o resto do tempo e fazia as falas deles.

Eu gosto de jogos com muitos NPCs (minha experiência diz que, no geral, as jogadoras gostam mais de NPCs do que os jogadores), na verdade eu posso ficar assistindo os NPCs agirem e quase não jogar, se bobear.
Resumo em dizer que eram três figuras interessantes; Elkira é um barbarian surtado, Belgos é um Lolth Touched que foi expulso da academia arcana levando alguns outros drow consigo no processo e acabou virando rogue e Dan é um guerreiro arqueiro bem sucedido comparado aos outros dois.
Uma peculiaridade da casa Alyae é que seus drow tem sangue de fada, a fundadora da casa era uma Gloura meio drow que tem trabalhado para aproximar a família, e os drow, da corte unseelie (minha personagem em uma campanha que jogamos anos antes). Com isso a família ganhou várias características feéricas, muitos dos seus membros tem asas, DR/ferro frio, spell like além das normais dos drow etc.

Uma parte do jogo era sobre controlar os machos malucos que estavam com o grupo. Amei, o Belgos era totalmente doido, imune a medo e inteligente. É o tipo de desafio social que eu gosto. A Vasthara estava mais interessada em outros NPCs, mais certinhos da cabeça, mas acho que chegamos em um acordo sobre isso. :P
Em um momento do jogo a Vasthara mandou uma carta para o Belgos, porque apesar dele morar na casa em frente conversar não era fácil, e a resposta veio rápida, acida e publica... incompreendido ele, tadinho.

Outra parte do jogo era sobre fazer alianças, em estilo Game of Thrones, já que eramos uma casa fraca, em ascensão e logo descobrimos que tínhamos um inimigo particularmente interessado em nos destruir (e os motivos só viriam no final do jogo). No meu ponto de vista as garotas foram tão 'normais' nisso quanto os caras. Sobrevivemos a coisas bem tensas mas fizemos bem poucos amigos, ainda matamos uns e sacaneamos outros no processo de sobreviver... faz parte, drow.
A Vasthara trouxe uns Armgo para a cidade, que acabaram se mostrando realmente uteis e no fim foram, de certa forma, a melhor aliança em alguns momentos, especialmente por serem uma família maior e mais intimidadora. Foi sorte, Vasthara os convidou por puro interesse no guerreiro não maluco e amigável deles, admito.

Sobre a experiência de jogo (ou, o ponto desse post):

Divulgação: Drow Treachery card by Mike Faille
Copyright Wizards Of The Coast LLC
Foi divertido. Muito divertido! 
Foi extremamente confortável jogar só com as meninas, muito. 
Ao contrário do que eu esperava ainda houve alguma inquietação para lidar com as relações dos personagens mas, de forma mais ou menos explicita, acredito que todas as personagens fizeram o que tinham que fazer. Cada um ficou sem jeito, do próprio jeito, nas próprias cenas sem que a intervenção do grupo atrapalhasse a possibilidade da cena. Em outro post eu conto o caso sobre isso que rolou no grupo misto e me incomodou muito.

Eu sou a pessoa chata que fica nervosa e ansiosa e atravessa o RolePlay dos outros. Foi mal! 
Isso só acontece porque o envolvimento com o personagem e com a situação é mais profundo que matar, pilhar, coletar XP e comprar item. Hurray!

Vasthara não conseguiu ter um bebê durante o jogo. Eu tentei.

Acho que para um jogo que envolvia administrar uma cidade esse jogo deu uma ótima sensação de lugar crescendo, causa e consequência e organização pública.
Na ultima sessão eu fui surpreendida com a possibilidade da Vasthara se tornar matriarca da família na região. A avó dela, e então matriarca, foi morta e Vasthara era a filha mais velha, da filha mais velha (no começo do jogo nos rolamos as idades das irmãs). Foi legal. 

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